(Re)Abrir Caminhos de Esperança
Um cheirinho de mais uma edição da Universidade de Verão do IPAV, que nos levou ao Baleal para parar, refletir e pensar o futuro. A Universidade de Verão começou com a apresentação do mote deste ano – (Re)Abrir – que nos guiará ao longo de toda a temporada. Com ele, revisitámos os princípios que nos orientam, planeámos novas estratégias e partilhámos experiências, reforçando o nosso compromisso de crescer enquanto equipa e enquanto comunidade dedicada à transformação social.
Como forma de inspirar e partilhar esta visão, deixamos a reflexão de Rui Nunes da Silva, Presidente do IPAV, sobre o significado de (Re)Abrir e os caminhos de esperança que se abrem para todos nós:
Cada Universidade de Verão do IPAV, cada momento de paragem da equipa, são dois passos em frente na direção do mundo que acreditamos estar a ajudar a construir. Sempre de dentro para fora, como a Academia de Líderes Ubuntu nos ensina, numa busca de coerência interna e externa que caracteriza o IPAV enquanto instituição.
Depois de um ano e meio de redescoberta, reestruturação e apropriação do IPAV por toda a equipa, é tempo de encarar o nosso futuro com os olhos bem levantados, postos na visão do IPAV e na utopia do mundo com o qual sonhamos, sem perder o pragmatismo da nossa realidade institucional, pessoal e familiar, que exige os pés bem assentes no chão.
É tempo de (re)abrir!
1. (Re)abrir ao Mundo
Numa era marcada pelo fechamento em tribos e pelo medo do diferente, queremos (re)abrir ao mundo. O olhar global não é uma opção, mas uma necessidade: porque a dignidade humana não conhece fronteiras, e os desafios que enfrentamos — desigualdades, crises climáticas, desinformação, conflitos — são comuns a toda a Humanidade.
A presença crescente da ALU em diferentes continentes mostra-nos que a esperança floresce na diversidade de culturas e experiências. Cada país, cada comunidade, cada rosto traz uma nova perspetiva que nos enriquece. (Re)abrir ao mundo é aprender a escutar todas as vozes e a reconhecer que só juntos podemos construir respostas sustentáveis e duradouras.
2. (Re)abrir à Incerteza
A certeza é sedutora: dá-nos conforto, pertença e, aparente, uma resposta. Mas é também o grande inimigo da unidade e da tolerância. Por isso, este ano queremos cultivar a coragem da dúvida.
(Re)abrir à incerteza significa aprender a caminhar no inacabado e imperfeito, e aceitar que o inesperado é oportunidade e não ameaça. Significa educar para a humildade relacional, para a escuta ativa e para a imaginação criativa.
É na incerteza que se gera inovação, que se semeia confiança e que se alimenta a capacidade de construir pontes.
3. (Re)abrir Caminhos de Esperança
Esperança não é passividade nem espera vazia. É ação concreta, feita de passos, escolhas e compromissos. (Re)abrir caminhos de esperança é transformar o ideal em prática: nas escolas, educando para a dignidade; nas comunidades, promovendo o diálogo intercultural; nas empresas, colocando os valores existenciais acima dos económicos; nos espaços públicos, criando lugares de encontro em vez de exclusão.
Cada ponte erguida sobre a indiferença, cada muro derrubado contra a intolerância, cada voz mobilizada contra a resignação é já um caminho de esperança.
Um convite:
(Re)abrir é mais do que um verbo: é uma escolha.
É abrir portas, janelas, corações e horizontes. É recusar o conforto da certeza e abraçar a beleza da pluralidade.
Este ano, convidamos todos — escolas, comunidades, empresas, parceiros — a fazer desse gesto de abertura o seu compromisso.
Porque (Re)abrir para Esperançar é, acima de tudo, acreditar que o único caminho é construirmos o futuro juntos.